A inadimplência do consumidor no Brasil apresentou um aumento em janeiro, interrompendo dois meses consecutivos de queda, segundo levantamento da Serasa. O número total de inadimplentes cresceu de 70,09 milhões para 72,07 milhões em comparação com o mesmo período do ano anterior. O desemprego e a redução na renda foram os principais motivos apontados para a inadimplência em 2022 e 2023, sendo o cartão de crédito a principal fonte de dívidas desde 2018.

A pesquisa revelou que sete em cada dez brasileiros costumam parcelar suas compras, principalmente por falta de recursos para pagamento à vista. A satisfação financeira entre as mulheres das classes C, D e E é baixa, com apenas 11% satisfeitas, enquanto nas classes A e B, esse índice é de 16%. O presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, destaca a necessidade de medidas como combate ao desemprego, educação financeira e proteção do consumidor para enfrentar a inadimplência de forma abrangente.

Meirelles ressalta a importância do acesso ao microcrédito e do crédito responsável, considerando a realidade do brasileiro que, muitas vezes, se endivida devido à baixa renda e altas taxas de juros. Ele enfatiza que projetos de educação financeira devem levar em conta a situação econômica precária de muitos brasileiros. O Programa Desenrola Brasil do Ministério da Fazenda está promovendo um mutirão de renegociação de dívidas até 28 de março, oferecendo descontos de até 96% em mais de 550 milhões de ofertas disponíveis. O objetivo é auxiliar na recuperação de crédito e inclusão financeira, abrangendo diversas empresas, desde bancos até concessionárias de água e energia.